porta de dezembro
no horizonte
num fim de corredor
de prédios enrolados
em seda branca
cigarros jogados
na calçada lutando
com a chuva até o
último ponto de calor
o último bater
de coração
passa pelo universo
passa por um organismo
numa rocha vagando nele
passa por uma célula
a vida
passa então uma estrela
lá em cima
e a verdade
escreve a fórmula
e angula lupas
e acerta o meio
da fechadura
com o meio do olho
e espia outro universo